segunda-feira, 23 de março de 2009

Leds movimentam US$ 5 bilhões no mundo

Escrito por LD&DA Paulo Oliveira em Setembro 27, 2008

Os Leds estão evoluindo tão rapidamente que ameaçam transformar as lâmpadas incandescentes em peça de museu.

Por economizarem até 90% de energia em relação à lâmpada comum, não emitirem calor e terem duração de 20 a 30 vezes maior, os Leds estão movimentando US$ 5 bilhões no mundo e a previsão é de que até 2012 atinja US$ 11,4 bilhões.

A “luz digital” permite que a Torre Eiffel, o Big Ben ou a Ópera de Sidney fiquem iluminados a noite inteira sem grandes gastos de energia ou maiores impactos ambientais. Por aqui, os melhores exemplos são a Sala São Paulo e a Ponte Estaiada.

Mas a grande amostra das potencialidades da tecnologia, patrocinada pela Philips, foi o Cubo DÁgua nas Olimpíadas de Pequim.

Com o uso de LEDs, o centro aquático foi transformado em um gigante painel eletrônico, emitindo um espetáculo de cores, luzes e formas.

“Estamos vivendo o momento mais excitante desde a invenção da lâmpada”, afirmou o presidente mundial da Philips Lighting, Rudy Provoost.

Divisão de iluminação do grupo holandês, a Philips Lighting fatura 7 bilhões de dólares ou 25% das receitas do grupo.

“O Led é a digitalização da luz.Permite iluminar qualquer superfície e, como um chip, você pode adicionar conteúdo”, disse.

Nos últimos dois anos, a Philips investiu 10 bilhões de dólares em aquisições, sendo que 40% disso foi para aquisições de oito empresas de ponta na área de Leds. “Isso dá uma dimensão da importância do negócio para nós”, afirmou Provoost.

A mais importante das aquisições foi a da Genlyte, nos EUA, por 2,7 bilhões de dólares.

Com a compra, a divisão de iluminação da Philips ultrapassou a da GE nos EUA.

Apesar de ter inventado a lâmpada elétrica no século 19 e o Led vermelho do sinal de “stand by”, nos anos 60, a GE ficou muito tempo sem explorar esse mercado, só retornando em meados da década.

Hoje a GE Lumination fatura cerca de 4 bilhões de dólares e, na parte dos Leds, está focada em três áreas industriais: semáforos, refrigeração (iluminação de gôndolas de refrigeração de supermercado) e comunicação visual (substituindo neons em fachadas comerciais).

“Nosso foco sempre foi mais na economia e ganhos para o cliente do que no embelezamento”, disse o gerente comercial da GE Consumer & Industrial do Brasil, Rodrigo Elias.

Hoje 3% do faturamento da GE Brasil vêm de iluminação, mas a popularização dos Leds deverá elevar essa participação para 12% em três anos.

“Devemos introduzir produtos para iluminação pública a partir de 2010.”

O preço da nova tecnologia ainda é um inibidor, mas fabricantes como Philips e GE se encarregam dos cálculos a respeito do retorno dos investimentos.

Estima-se que 20% da energia consumida no mundo seja destinada à iluminação.

Com a popularização do Led, esse consumo pode ser reduzido à metade.

A Philips já colocou no mercado um Led em formato de lâmpada convencional, ainda não disponível no Brasil.

Entretanto, devido ao custo, a popularização do produto não deve acontecer antes de 2015 ou 2020, segundo a GE.

A partir de luzinhas vermelhas, verdes e azuis, o Led permite colorir ambientes em inúmeras cores.

Mas a luz branca ainda não é capaz de reproduzir fielmente o tom da luz incandescente ou de uma lâmpada halógena.

“As pequenas potências dos Leds ainda limitam o seu uso em áreas internas e os Leds brancos de tonalidade amarelada, similares às lâmpadas incandescentes, ainda são menos eficientes e caros”, disse o arquiteto Carlos Fortes, do escritório de iluminação Franco & Fortes Lighting Design.

É apenas uma questão de tempo.

Enquanto a lâmpada incandescente praticamente não evoluiu desde sua invenção por Thomas Edson em 1879, o LED tem dobrado sua eficiência e potência a cada 36 meses.

Nas lojas da Rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, já é possível encontrar muitos produtos feitos de Led, como os cordões de Led.

Entretanto, a falta de normas estabelecendo padrões de eficiência e potência pode confundir o consumidor. “Produtos de qualidade discutível estão invadindo o mercado”, afirma o luminotécnico Plínio Godoy, da Luz Urbana Engenharia.

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